segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A voz do morto


Estamos aqui no tablado
Feito de ouro e prata
De filós de nylon

Eles querem salvar as glórias nacionais
As glórias nacionais, coitados

Ninguém me salva
Ninguém me engana
Eu sou alegre
Eu sou contente
Eu sou cigana
Eu sou terrível
Eu sou o samba

A voz do morto
Os pés do torto
O cais do porto
A vez do louco
A paz do mundo
Na Glória!

Eu canto com o mundo que roda
Eu e o Paulinho da Viola
Viva o Paulinho da Viola!
Eu canto com o mundo que roda
Mesmo do lado de fora
Mesmo que eu não cante agora

Ninguém me atende
Ninguém me chama
Mas ninguém me prende
Ninguém me engana

Eu sou valente
Eu sou o samba
A voz do morto
Atrás do muro
A vez de tudo
A paz do mundo
Na Glória!

2 comentários:

  1. Realmente, Natália. Que coisas explícitas eles expressam na canção?
    Vale a pena comentar...
    Um abraço!

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  2. "A voz do morto
    Atrás do muro"
    "Mas ninguém me prende
    Ninguém me engana"
    Na época da ditadura militar, eles usavam a pichação como uma maneira de protesto

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